Brasil
diz que sanção da China sobre carne de frango não se justifica
Medidas que entram em vigor neste sábado oneram
vendas em até 38%
Publicado
em 08/06/2018 - 19:39
Por Pedro
Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil Brasília
O governo federal divulgou nota
nesta sexta-feira (8) criticando a decisão da China de impor embargo às
exportações brasileiras de carne de frango e pedindo que os dois países
encontrem solução negociada para o problema. Mais cedo, o Ministério do Comércio
chinês anunciou a aplicação de medidas antidumping
sobre a importação de frango brasileiro, por considerar que seus
produtores sofrem concorrência desleal do país.
Essas medidas entram em vigor a
partir de amanhã (9) e preveem que os importadores deverão pagar aos depósitos
alfandegários chineses entre 18,8% e 38,4%, que é a faixa de dumping
(venda de produtos com preço abaixo de mercado) que as autoridades de Pequim
calculam que têm as exportações brasileiras desse produto.
Segundo a nota, o governo
brasileiro tem participado ativamente da investigação de dumping
conduzida pela China, em conjunto e em apoio a empresas brasileiras
exportadoras para o mercado chinês. O assunto também já teria sido tratado no
Comitê Antidumping da Organização Mundial do Comércio (OMC).
“O Brasil manifestou formalmente,
no âmbito da investigação, seu entendimento sobre a inexistência de dano
causado pelas exportações brasileiras aos produtores chineses de produtos de
frango e sobre a ausência de requisitos previstos na normativa da Organização
Mundial de Comércio (OMC) que autorizem a imposição de medidas antidumping”.
Para o Brasil, há “ausência de fundamentos” para o embargo chinês e o país
espera que o parceiro asiático encerre a investigação em curso para que não
seja aplicada a sanção de forma definitiva.
Consumidor chinês
“As exportações brasileiras de
frango representam importante item da pauta comercial bilateral e são
complementares à produção local da China, beneficiando os agentes econômicos de
ambos os países, especialmente os consumidores chineses. A participação das
importações brasileiras representa cerca de 5% do mercado da China e elas, em
nenhum momento, foram responsáveis por deslocar as vendas internas de produto
chinês, que cresceram continuamente ao longo do período da investigação”, diz
um trecho da nota conjunta, assinada pelos ministérios da Indústria, Comércio Exterior
e Serviços (MDIC), de Relações Exteriores (MRE), e da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa).
“O governo brasileiro, no
contexto da Parceria Estratégica Global com a China, reitera o seu compromisso
com a busca de soluções concertadas para questões comerciais, conforme acordado
entre os presidentes dos dois países, em setembro de 2017, em Pequim”, encerra
a nota.
Saiba mais
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Edição:
Davi Oliveira
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