Pedaço de
gelo de 2 milhões de anos pode 'descongelar' história das mudanças climáticas
na Terra
Gelo de pelo menos dois milhões
de anos na Antártica é capaz de explicar alterações de temperaturas por via do
dióxido de carbono.
Especialistas da Universidade
Estadual de Oregon estão analisando as bolhas presas dentro de um antigo bloco
de gelo que foi retirado de 200 metros abaixo da superfície. O gelo foi
retirado de Allen Hills, um local na Antártica que fica a cerca
de 210 quilômetros da estação de pesquisa dos EUA, conhecida como
Estação McMurdo.
As bolhas contêm dióxido de carbono (CO2) e ajudarão a revelar a
história da Terra e sua relação com os gases com efeito estufa. A equipe
descobriu que os períodos mais quentes da Terra coincidiam com aqueles em que
havia mais CO2 na atmosfera, informação fornecida pelos blocos de gelo.
O cientista Ed Brook disse:
"Um dos resultados importantes deste estudo é mostrar que o dióxido de
carbono está ligado à temperatura neste período de tempo antigo. Essa é uma
base importante para entender a ciência climática e calibrar modelos que prevejam mudanças
futuras."
Os pesquisadores têm sido capazes de deduzir que no último milhão de
anos a Terra vem tendo idades do gelo seguidas de períodos quentes, em um ciclo
a cada 100.000 anos. No entanto, antes disso os ciclos eram mais curtos,
ocorrendo a cada 40.000 anos.
A equipe acredita que pode haver
gelo embaixo da superfície que possa ser ainda mais velho do que 2 milhões de
anos.
Mudanças climáticas
Pesquisas anteriores mostraram
que a Antártica está perdendo 200 bilhões de toneladas de gelo por ano. O derretimento das calotas de gelo
não só leva à subida do nível do mar, como também a mais inundações.
Andrew Shepherd, professor de observação da Terra na Universidade de
Leeds e autor principal de um estudo anterior publicado na revista Nature,
disse: "Em torno de Brooklyn [EUA] há inundações uma vez por ano, mas se o
nível do mar subir 15 centímetros, isso vai acontecer 20 vezes por ano. A baixa
altitude de Nova York seria também devastadora com uma rápida subida do nível
do mar."
De acordo com o mapa interativo
do Google, FireTree, um aumento de dois metros pode arruinar a Holanda, com a
maior parte do país submerso. No Reino Unido, o norte da Escócia sofreria um
destino semelhante e grandes extensões do leste da Inglaterra se tornariam
inabitáveis.
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