Operação mira
organização criminosa que atuava dentro da PF no Rio
Publicado em 11/06/2019 - 13:53
Por Léo
Rodrigues – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
A
Operação Tergiversação, deflagrada na manhã de hoje (10) pelo Ministério
Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), desarticulou uma organização
que mantinha um esquema de cobrança de propina de investigados em inquéritos
policiais. Os crimes eram coordenados de dentro da própria
Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro.
De acordo
com o MPF, a operação envolveu seis mandados de prisão preventiva, três
mandados de prisão temporária e 25 mandados de busca e apreensão. O
esquema tinha a participação de policiais federais e empresários.
As
investigações apontaram que propinas foram pagas por alvos das operações
Titanium e Viupostalis/Recomeço, dedicadas respectivamente a elucidar fraudes
no plano de saúde e em um fundo de pensão dos funcionários dos Correios. O
delegado responsável por ambas as operações e o escrivão que trabalhava com ele
solicitaram e receberam valores vultuosos para evitar a exposição de
investigados na mídia e para favorecê-los nas apurações.
Além
disso, houve atuação de operadores que intermediavam o contato com os
investigados e faziam o pedido do pagamento das vantagens indevidas, além de
viabilizar a transação e a lavagem do dinheiro. "Os pagamentos, que
variaram, segundo o apurado até o momento, de R$ 400 mil a R$ 1,5 milhão, eram
feitos na maior parte das vezes em espécie, mas em alguns casos foram
repassados por meio de transferências a empresas ligadas aos operadores",
disse, em nota, o MPF.
Foi
identificada ainda a participação de empresários que movimentaram recursos em
favor do grupo e atuaram como “laranjas” de alguns investigados. A investigação
envolveu quebras de sigilo bancário, fiscal, telemático e telefônico. De acordo
com nota divulgada pela PF, também foram celebrados acordos de delação premiada
com alguns dos empresários que comprovaram os atos ilícitos. "Os elementos
obtidos durante as investigações indicam a prática dos crimes de corrupção
ativa, corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro",
acrescenta a PF.
Edição: Maria Claudia
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