Você não
acredita em ETs? Então está contra as probabilidades
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 04/05/2016
A equação de Drake invertida fica: A = Nast * fbt, onde Nast
é o número de planetas habitáveis em um determinado volume do Universo e fbt
é a probabilidade de uma espécie tecnológica evoluir em um desses
planetas.[Imagem: University of Rochester]
Equação de Drake
Poucos apostam que estamos
sozinhos no Universo. Contudo, enquanto não haja uma demonstração cabal de um
ser de outro planeta pousando por aqui - e eventualmente dizendo "Queremos
falar com seu líder" - a questão continua entregue às conjecturas.
A maneira cientificamente mais
elaborada de abordar esse problema é a famosa equação de Drake, elaborada
em 1961 pelo astrônomo Frank Drake. O problema é que os termos da equação
vinham sendo considerados incertos demais para que se chegasse a um cálculo
razoável sobre a quantidade de civilizações inteligentes que possam existir
pelo Universo.
Mas esta não é a opinião de Adam
Frank (Universidade de Rochester) e Woodruff Sullivan (Universidade de
Washington), que defendem que basta usar uma abordagem mais razoável para
mostrar que já temos conhecimento suficiente para atribuir valores à maioria
dos termos da equação, o que permite chegar a uma probabilidade bem razoável
sobre a existência de alienígenas inteligentes.
A dupla conclui que, a menos que
as probabilidades de evolução da vida em um planeta habitável sejam
surpreendentemente baixas, então a espécie humana definitivamente não é a
primeira civilização tecnológica, ou avançada, do Universo.
O trabalho também, e pela
primeira vez, estabelece limites quantitativos para o que se pode considerar
"pessimismo" ou "otimismo" quando se trata de estimar a
probabilidade de vida extraterrestre avançada.
Arqueologia cósmica
Com o avanço nas pesquisas dos
exoplanetas, a maioria das questões contidas na equação de Drake já pode ser
respondida com razoável probabilidade de acerto. No entanto, três questões
ainda estão em aberto: a frequência com que a vida surge e evolui em diferentes
planetas, quantas vezes essa vida evolui para seres inteligentes e quanto tempo
uma civilização pode durar antes de ser extinta.
Os cálculos indicam que a Via Láctea tem 100 milhões de planetas
habitáveis. Isto sem contar que a Via Láctea pode ser 50% maior do que
se calcula. [Imagem: PHL@UPR Arecibo/NASA/Richard Wheeler]
"Em vez de perguntar quantas
civilizações podem existir agora, nós perguntamos: 'Será que somos a única
espécie tecnológica que já surgiu?'," explica Sullivan. "Esta mudança
de foco elimina a incerteza da questão do tempo de vida de uma civilização e
nos permite abordar o que chamamos de 'questão arqueológica cósmica' - com que
frequência na história do Universo a vida evoluiu para um estado
avançado?"
Em vez de calcular as chances do
desenvolvimento de seres avançados, a dupla calculou as probabilidades
contrárias à sua ocorrência, a fim de verificar as chances de a humanidade ser
a única civilização avançada em toda a história do universo observável.
"Claro, não temos ideia do
quão provável é que uma espécie tecnológica inteligente irá evoluir em um
determinado planeta habitável. Mas, usando o nosso método, podemos dizer
exatamente quão baixa a probabilidade teria de ser para sermos a única
civilização que o universo produziu. Chamamos que de 'linha do pessimismo',
disse Frank.
ETs: Vocês existem. Ou já
existiram
O resultado é uma chance em 10
bilhões de trilhões (1 x 10-22, ou 0,0000000000000000000001) de que
nunca tenha existido outra civilização tecnologicamente comparável à nossa em
algum outro planeta.
"Um em cada 10 bilhões de
trilhões é incrivelmente pouco," avalia Frank. "Para mim, isso
implica que outras espécies inteligentes e produtoras de tecnologia muito
provavelmente evoluíram antes de nós. Pense nisso desta maneira: antes do nosso
resultado, você seria considerado um pessimista se imaginasse que a
probabilidade de evolução de uma civilização em um planeta habitável fossem,
digamos, de uma em um trilhão. Mas mesmo esse palpite, uma chance em um
trilhão, implica que o que aconteceu aqui na Terra com a humanidade de fato
teria acontecido cerca de outras 10 bilhões de vezes ao longo da história
cósmica!"
Para partes mais restritas do
Universo os resultados são menos extremos, mas igualmente impressionantes. Por
exemplo, quando o cálculo é feito com base no número de estrelas e planetas
habitáveis que se calcula existirem apenas na Via Láctea, as probabilidades de
estarmos sozinhos são de uma chance em 60 bilhões.
Bibliografia:
A New Empirical Constraint on the Prevalence of Technological Species in the Universe
Adam Frank, Woodruff T. Sullivan III
Astrobiology
Vol.: 16, Number 5, 2016
A New Empirical Constraint on the Prevalence of Technological Species in the Universe
Adam Frank, Woodruff T. Sullivan III
Astrobiology
Vol.: 16, Number 5, 2016
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