Apesar dos
avanços, combate ao ebola no Oeste da África ainda requer atenção
Paula Laboissière –
Repórter da Agência Brasil
Epidemia de ebola registrada no Oeste da África foi definida pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) como a maior, mais severa e mais complexa já
registrada na história da humanidade. Até o dia 20 de dezembro deste ano,
28.637 casos foram identificados em todo o mundo, além de 11.315 mortes. No
Brasil, pelo menos dois casos suspeitos foram registrados – um em Cascavel (PR)
e outro em Belo Horizonte (MG) – e, posteriormente, descartados.
O vírus foi identificado pela primeira vez em 1976 em dois surtos
simultâneos – um em Nzara, no Sudão, e outro em Yambuku, na República
Democrática do Congo. Na atual epidemia, iniciada em 2014, foram confirmados
mais casos e mais mortes provocadas pela infecção do que em todos os surtos
anteriores somados. A doença, conhecida como febre hemorrágica ebola, é grave e
geralmente fatal em humanos, sobretudo se não tratada.
Na Libéria, enfermeiro passa por descontaminação após ter contato com
corpos de vítimas do ebolaAhmed Jallanzo/EPA/Agência Lusa/
Direitos Reservados
Outro agravante, segundo a OMS, é que o ebola, desta vez, cruzou
fronteiras e se espalhou entre diversos países, começando pela Guiné e passando
por Serra Leoa, Libéria, Nigéria, Senegal, Mali e Estados Unidos. As nações
mais seriamente afetadas pela doença foram Guiné, Libéria e Serra Leoa, em
razão de sistemas de saúde precários e por se tratarem de localidades que
enfrentaram recentemente períodos de conflito e instabilidade.
Em Serra Leo, civis distribuem material informativo na tentativa de
conter surto de ebola EPA/Agência Lusa/Direitos Reservados
A própria OMS admite que a atual epidemia ganhou proporção tão grande
que muitos temiam que o vírus ebola fosse o patógeno responsável pelo fim da
civilização. “Agora, um ano depois, o terror foi substituído pela confiança de
que forte liderança; adaptação da resposta a culturas e ambientes; e inovação
viraram a maré”, declarou a instituição.
Dados coletados pela entidade mostram que a Libéria conseguiu
interromper a transmissão da doença e que Serra Leoa está próximo de atingir o
mesmo marco. Guiné, por sua vez, ainda registra casos de infecção por ebola,
mas em números bem mais baixos que os anteriormente registrados e por meio de
surtos passíveis de serem controlados.
Este mês, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, declarou que a
epidemia de ebola permanece classificada como emergência em saúde pública de
interesse internacional, mantendo o decreto emitido em agosto do ano passado.
Até o momento, nenhuma vacina contra a doença foi licenciada, mas dois
candidatos em potencial, segundo a entidade, estão em avaliação.
Edição: Denise Griesinger
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